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Giovanna Fantinato

Ações do Instituto Aliança Contra Hanseníase impactam mais de 1,3 milhão pessoas no Mato Grosso


Capacitações de profissionais de saúde fazem parte do Plano Estadual Estratégico de Enfrentamento da Hanseníase e atendeu às 16 regionais de saúde do estado hiperendêmico. Até o fim de 2019, mais de 1,7 milhão serão impactados

Os treinamentos realizados pelo Instituto Aliança Contra Hanseníase em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso, Secretaria Municipal de Confresa (MT) e Secretaria Municipal de Saúde de São Félix do Araguaia (MT) podem impactar até 1,3 milhão de pessoas no estado. Com início em maio de 2019, o intuito do projeto é melhorar os indicadores da doença na região por meio da formação especializada de profissionais de saúde capazes de diagnosticar e conduzir os casos de maneira precoce, evitando consequências severas da hanseníase. Meses após as primeiras atividades, a região já registra aumento no número de pacientes diagnosticados.


As quatro capacitações realizadas abrangeram 37 cidades, que totalizam uma população de 1.350.000 pessoas beneficiadas indiretamente. Em 120 dias após a primeira capacitação, o estado teve um aumento de 100% no número de diagnósticos, em comparação ao mesmo período do ano anterior. A fundadora do Instituto Aliança Contra Hanseníase, Dra. Laila de Laguiche, conta que a parceria entre o Instituto e a Secretaria Estadual de Saúde deve continuar no ano que vem para novas capacitações na região. “Um dos braços do instituto visa a formação de profissionais da saúde, para que saiam capacitados em diagnosticar a hanseníase e, consequentemente, aumentar o número de pacientes tratados e curados”, explica. Ainda em novembro de 2019, entre os dias 25 e 29, o projeto vai a Rondonópolis atender mais de 20 cidades e centros indígenas da região, proporcionando o treinamento de equipes de saúde responsáveis por uma população de 430 mil pessoas.


Os cursos foram ministrados pelo Dr. Jason Antônio Barreto, dermatologista e hansenologista do Instituto Lauro de Souza Lima, que afirma que as capacitações são fundamentais para o aumento de diagnósticos no Mato Grosso, estado considerado hiperendêmico. “Os participantes aprenderam questões como a suspeita, diagnóstico e tratamento da hanseníase. A partir do momento em que se desconfia dos sintomas, fica mais fácil diagnosticar a doença”, afirma Jason. Os participantes tiveram aulas práticas e teóricas de epidemiologia, diagnóstico e assistência.


As atividades foram realizadas em unidades de saúde e viabilizaram o exame físico de pessoas acometidas pela hanseníase ou com diagnóstico não conclusivo. Participaram do curso mais de 600 médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêutico-bioquímicos, odontólogos, técnicos da atenção primária, representantes dos ambulatórios de atenção especializada em hanseníase, entre outros profissionais de saúde.


Os números

O Brasil contabiliza cerca de 28 mil novos casos de hanseníase por ano, o que faz do país o segundo com o maior número de pacientes diagnosticados, atrás apenas da Índia. O Mato Grosso é líder de casos notificados de hanseníase. Desde 2016, os diagnósticos não param de crescer no estado, com 10.795 casos registrados nos últimos três anos, segundo o Ministério da Saúde. A região é classificada como hiperendêmica. Para reverter essa realidade, foi criado o Plano Estadual Estratégico de Enfrentamento da Hanseníase, que propõe ações de prevenção e enfrentamento da doença em Mato Grosso, com a participação do Instituto Aliança Contra Hanseníase e do Instituto Lauro de Souza Lima.


Sobre Instituto Aliança contra Hanseníase

Com sede em Curitiba (PR) e projeção internacional, o Instituto Aliança contra Hanseníase - AAL, na sigla em inglês (Alliance Against Leprosy), é uma associação sem fins lucrativos que une ciência, educação e filantropia no combate à hanseníase, também conhecida como lepra. O Instituto AAL foi fundado pela dermatologista e hansenologista Dra. Laila de Laguiche, profissional com 20 anos de experiência na área, pós-graduada em Saúde Internacional e Doenças Tropicais pelo Instituto de Medicina Tropical da Antuérpia (Bélgica), consultora do Ministério da Saúde, representante da regional Sul e Relações Internacionais da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). A entidade ainda conta com uma equipe de conselheiros formada por grandes referências em hansenologia no Brasil e na América Latina.

Mais informações em http://www.allianceagainstleprosy.org

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